Quem encontrou tempo para pensar, pensou e, bem ou mal, percebeu…
Quem tentou e falhou já conseguiu.
Quem planeou e fracassou já ganhou.
Quem viu e não teve palavras para descrever já não evitou estar-se encantado.
Quem precisou falar e ficou sem voz que o fizesse já a melodia sentiu.
Quem amou e temeu saber se seria amado de volta já conheceu a forma discreta do amor…
Já conheceu, já reconhece…
Já contém uma maneira do sentimento que um dia em si feriu.
Já percebe a causa surgida um dia e que qualquer algum dos seus sentidos confundiu.
Já é capaz de não conseguir achar razão que o leve a tentar obter momentos para se ficar a ser maravilhado pelo semblante da pessoa que um dia à sua percepção surgiu e iludiu.
Já vê sem ter por perto, copia palavras sem lhes dar a ternura da voz, recorda o perfume sem haver a presença dos gestos de quem um dia lhe parecia bastar apenas estar a ver, a ouvir, a presenciar.
Já sente o que é sentir plenamente o sentimento mais puro, sentindo simultaneamente que nunca haverá plenitude na qualquer das mais perfeitas formas que use para exprimir a dor e a felicidade dessa dor que um dia sentiu queimá-lo de desassossego e gelá-lo de indecisões…
Um dia, as reservas do receio extinguem-se… Querer-se-á ter o sentimento exposto…
Um dia, não haverá egoísmo ou temor para ocultar a epifania sentida por alguém que amou.
Um dia, ter-se-ão palavras, coragem e olhos honestos para se afirmar a quem se amou que a ela se amou.
Um dia, conseguir-se-á dar estrutura às explicações para a ela se esclarecer como se amou.
Um dia, saber-se-á amá-la cada vez um pouco mais do que mesmo antes se amou.
Um dia, pode não se ser amado, mas sentir-se-á a felicidade de ter entregado o desejo de amar a quem se amou…
Amou… Talvez já se estivesse a amar sem reconhecimento disso… Talvez se tivesse amado mesmo sem ter alguma vez visto o rosto do seu amor… Talvez se ame perpetuamente e não se conheça um amor recíproco… Quem sabe!?...
Quem Já Um dia Amou… Tenho ideia que deve saber…